domingo, 13 de dezembro de 2009

The Prodigy @ Pavilhão Atlântico - 7/12/09

Plateia esgotada. Balcão 1 nem a metade. Balcão 2 fechado.

Quem lê estas primeiras palavras pode não perceber o porquê de isso acontecer ou até dizer que o Pavilhão Atlântico estava às moscas, mas se dissermos que quem ia actuar eram os The Prodigy, o caso muda de figura. O tipo de som que Liam Howett, Maxim Reality e Keith Flint (a juntar aos músicos de suporte) oferecem nos seus concertos não é de estar sentado numa cadeira a olhar. É de estar em pé: a saltar, a cantar, a gritar, a dançar, ao mosh.

Mas, (muito) antes disso, estiveram em palco os Enter Shikari, banda também inglesa que marcou, antes de mais, a estreia de um género em grandes palcos portugueses.


ENTER SHIKARI

Sucedendo ao DJ, que ia animando o público com música desde a electrónica até clássicos como Enter Sandman ou Song 2, entraram em palco prontos para mostrar a sua mistura de música electrónica com post-hardcore.

A introduzir o seu mais recente álbum, Common Dreads, o vocalista Rou lança o mote para o concerto, anunciando as primeiras palavras: "Here tonight I clock a thousand heads! Here to unite, through Common Dreads!"
Percebeu-se imediatamente que os Enter Shikari tinham levado centenas de pessoas ao Atlântico e não eram apenas uma banda de encher chouriço até os The Prodigy entrarem. O fim de Solidarity em que é entoado em uníssono "We will sing as one in solidarity, we will sing together!" é a prova disso mesmo.

Logo de seguida entra The Feast, um B-Side, que antecede Hectic, novamente do último álbum, que foi aliás, o álbum de onde foram tiradas a maior parte das músicas do concerto.


Solidarity; The Feast; Hectic

De referenciar que, pelo menos perto do palco, foi em músicas como Hectic que se começou a notar alguma falta de qualidade do som e uma diferença exagerada do som da banda para os álbuns de estúdio.

Mais à frente, o 1º single da banda, Mothership, que, tal como a Sorry You're Not A Winner, tocada pouco depois, fez as delícias dos fãs adeptos do som mais hardcore da banda, mais presente no 1º álbum.


Mothership

Para acabar, Juggernauts, mais um dos hits da banda, embora seja uma música com pouco menos de 6 meses.


Juggernauts

Passado mais de 45 minutos da sua entrada, os Enter Shikari abandonam o palco. Sabendo com certeza que deram um bom concerto, aqueceram e de que maneira o Pavilhão para o que se iria passar (muitos) minutos mais tarde.
Nota negativa para o som geral da banda que perde - na minha opinião - demasiada qualidade em palco, já que as músicas têm muitos pormenores que são, ou por falta de saber, ou por falta de qualidade dos técnicos, esquecidos.

Alinhamento:

1 - Common Dreads
2 - Solidarity
3 - The Feast
4 - Hectic
5 - Zzzonked
6 - Havoc A
7 - No Sleep Tonight
8 - Mothership
9 - The Jester
10 - Havoc B
11 - Sorry You're Not A Winner
12 - Juggernauts


THE PRODIGY

Depois de levar ainda com alguns assobios, tal era o tempo que os The Prodigy demoravam a entrar, o DJ que ia "aguentando" o recinto lá se foi embora, dando lugar às 3 estrelas da noite.

A abrir com uma música do mais recente álbum, Invaders Must Die, os The Prodigy confirmaram que o alinhamento seria muito parecido ao do Alive!. World's On Fire começou a incendiar o Pavilhão Atlântico, no que viria a ser 1h30mins de pura diversão.


World's On Fire

Recuando 12 anos no tempo, eis que entra Breathe, daquele que é ainda para muitos o melhor álbum da banda e autêntico ícone no género, The Fat Of The Land. Durou pouco tempo a viagem ao passado, já que com Omen voltou-se ao presente; uma música que, mesmo recente, se tornou imediatamente um clássico e trouxe os The Prodigy de novo para a ribalta, após alguns anos em que muitos anunciaram a morte da banda.

Continuou assim o concerto, passando por autênticos hinos dos anos 90 como Firestarter, Voodoo People e Diesel Power, sem esquecer os singles de agora como Invaders Must Die, que fez milhares de pessoas gritar a plenos pulmões "We are... The Prodigy!" e "Invaders Must Die!".


Voodoo People

Antes do encore, Smack My Bitch Up e um dos momentos altos do concerto: um movimento que mete, à semelhança do que acontece nos concertos de Slipknot, toda a gente no chão por uns segundos, apenas para se levantarem em simultâneo numa explosão de energia e muito mosh.


Smack My Bitch Up

Já a gastar os últimos cartuchos dum concerto que foi curto para quem lá esteve, regressam ao palco para tocar Take Me To The Hospital, a última música do concerto criada neste milénio. Para acabar em grande, 3 músicas míticas: Out Of Space, No Good (Start The Dance) e Their Law.


Their Law

Em jeito de conclusão, o som que estava a nível electrónico, tão perdido em Enter Shikari, esteve Perfeito em The Prodigy, assim como o jogo de luzes que foi apresentado, a combinar de maneira exemplar com a música que se ouvia.

Alinhamento:

1 - World's On Fire
2 - Breathe
3 - Omen
4 - Poison (com Jaws Fill)
5 - Warrior's Dance
6 - Firestarter
7 - Run With the Wolves
8 - Voodoo People
9 - Invaders Must Die
10 - Diesel Power
11 - Smack My Bitch Up

Encore:
12 - Take Me to the Hospital
13 - Out of Space
14 - No Good (Start The Dance)
15 - Their Law

Ficou a sensação que os The Prodigy, mesmo sendo actualmente criticados por estarem em Portugal ano sim ano sim, vão continuar a vir cá com regularidade e com milhares de fãs a seguirem-nos onde quer que eles actuem.
E isto justifica-se porque, para além de manterem fãs antigos e continuarem a cativar a juventude de hoje em dia, concertos com esta alma e capacidade de mexer qualquer um, muitas bandas que enchem estádios não têm.