domingo, 21 de novembro de 2010

Linkin Park - A Thousand Suns


Se perguntarem a alguém "quais foram as bandas mais influentes dos anos '00?" é sabido que mais tarde ou mais cedo, esse alguém irá dizer "Linkin Park". É inegável o legado que construíram em tão pouco tempo. É inegável o sucesso que tiveram em tão pouco tempo. É inegável que marcaram uma geração e que, mesmo que hoje em dia muitos não admitam, na altura grande parte dos "putos" os ouviam. Conseguiram isto em apenas 3 anos, com apenas 2 álbuns. Em 2000, "aproveitaram" uma sonoridade que estava no auge e, juntando as características individuais de cada elemento, criaram o seu tipo de som, um som único. Em 3 anos o mundo viu a ascensão rapidíssima dos Linkin Park, em 3 anos o mundo ouviu 2 álbuns que juntavam o Rock mais pesado e o Hip-Hop de uma forma nunca antes vista. Naquela altura, milhões gostavam, outros milhões criticavam. Naquela altura, nem os seus maiores críticos poderiam adivinhar o que estava para vir no 4º álbum da banda.

Há 3 anos atrás, tivemos um aviso. Um aviso de que os Linkin Park já não eram os mesmos do início da década: não só mudaram o tipo de som como mudaram principalmente a sua atitude em relação à música. Tudo bem, é normal as bandas alterarem a sua sonoridade e/ou aperfeiçoarem-se, é normal quererem escrever sobre outras temáticas, é normal quererem ir mais além e tentarem coisas novas. O que não é normal é mudarem a sua atitude em relação à sua música, chegando até ao ponto de criticar as próprias músicas, músicas que fizeram tão poucos anos antes. Se assim é, então os Linkin Park merecem bem vários fãs que tinham, que com o passar dos anos os começaram a criticar, justificando apenas que "cresceram" (curiosamente é a mesma desculpa dada pela banda). Com o Minutes To Midnight, embora tenha sido um álbum banalíssimo de Rock, alguns fãs ainda engoliram e continuaram com fé na banda, mas ao ouvir este A Thousand Suns, não há escapatória possível.

A abrir, a habitual música instrumental presente em todos os seus álbuns. Ou neste caso, duas. Logo nestas duas instrumentais se nota algo diferente, mas nada faz adivinhar o que vem a seguir. Em Burning In The Skies, bastam 30 segundos para se perceber o que vai ser o resto do álbum: bateria ausente, guitarra ausente e um sintetizador a fazer lembrar MGMT e tantas outras bandas que dominam os Tops da música actual. Embora tente abrir lá mais para a frente, ao ouvir esta música é impossível não ficar de nariz torcido e com "medo" de ouvir o resto.

Passando um pouco mais para a frente, depois de um interlude, When They Come For Me dá a entender que está de volta o Hip-Hop aos Linkin Park, mas é por pouco tempo. A música começa, não desenvolve, acaba, e a única coisa que a pessoa se lembra é de um bridge. Mais uns interludes para encher e surge Waiting For The End, uma música claramente single... de Fort Minor. Blackout, a música mais "agressiva" do álbum, é perfeitamente aceitável a espaços. A espaços ouvem-se os bons Linkin Park, a espaços ouve-se esta nova versão deles.

Iridescent e The Messenger, começam bem mas rapidamente se tornam monótonas, de tão comuns que são, ao contrário de "baladas" bem conseguidas anteriormente, como My December. Mesmo assim, um ponto positivo de Iridescent é ouvirem-se os 5 instrumentos todos juntos, algo que é demasiado raro num álbum de uma banda (que já foi) de Rock. Pelo meio o 1º single, The Catalyst, que incrivelmente é uma das melhores do álbum e tem, mais uma vez num bridge, a única parte que dá verdadeiramente gosto ouvir.

De uma forma geral, há que realçar as sublimes passagens entre músicas que os seus álbuns continuam a ter, dando sempre a ilusão que cada música não começa e acaba, mas é parte da anterior e da seguinte. Chester Bennington está como sempre esteve, é certo que pode não mandar os berros de há alguns anos mas a sua voz continua igual e com a mesma qualidade, e em algumas alturas até se percebe o quanto está agora a ser desaproveitada.

Ao chegar ao fim de quase 48 minutos, é impossível criticar os Linkin Park por não reinventarem o seu som, por não experimentarem coisas novas. Afinal, em 4 álbuns, só 2 são parecidos. Os Linkin Park fizeram 3 registos musicais completamente diferentes, moldando-se ao som que estava a render nessa altura. E como é óbvio, vão continuar a vingar: pelo seu passado, pelos seus novos fãs que querem ouvir o que tantas outras bandas oferecem, e pelo marketing todo que sempre tiveram. Mesmo assim, até quando estas mudanças irão resultar junto do público?

Track List:
1. The Requiem
2. The Radiance
3. Burning In The Skies
4. Empty Spaces
5. When They Come For Me
6. Robot Boy
7. Jornada Del Muerto
8. Waiting For The End
9. Blackout
10. Wretches And Kings
11. Wisdom, Justice And Love
12. Iridescent
13. Fallout
14. The Catalyst
15. The Messenger

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Anneke van Giersbergen & Agua de Annique - Live In Europe


Gravado em França e Espanha no início deste ano, Anneke Van Gierbsergen mostra mais uma vez como adora juntar o pop e o rock, com três novas músicas para apimentar as coisas. Who I Am, Fury and Laugh It Out são melodias frescas e mais vivas que o material mais antigo, que as audiências querem ouvir. Também está presente uma nova versão de Shrink, que foi escrita quando a vocalista tinha apenas 19 anos e já vocalista dos The Gathering.
Esta tour contou com a presença de Rudd Jolie, actual guitarrista dos Within Temptation.

Tracklist:
1- Intro
2- The World
3- My Girl
4- Who I Am
5- Day After Yesterday
6- Hey Okay!
7- Fury
8- Beautiful One
9- Adore
10- I Want
11- Laugh It Out
12- Witnesses
13- Shrink

domingo, 7 de novembro de 2010

Disturbed - Asylum


Se há coisa pela qual os Disturbed são muitas vezes criticados, é pela falta de musicalidade ou originalidade das suas músicas. Álbum após álbum, e passados 10 anos do seu 'The Sickness', a banda continua a ter a mesma sonoridade dos 4 álbuns anteriores; se isso é uma coisa positiva ou negativa, só os fãs o poderão dizer, mas tendo em conta a popularidade da banda, não parece que se importem muito. De qualquer das formas, e mesmo mantendo as linhas gerais, o som da banda tem vindo a sofrer alterações subtis e incrementais de álbum para álbum, apresentando-nos agora um 'Asylum' muito bem produzido (pela própria banda), com riffs fortes e bem ritmados com a bateria de Wengren e o baixo de John Moyer. A voz de David Draiman está inalterada: poderosa, muito presente nas músicas e com os seus "tiques" característicos, enquanto debita letras sobre o holocausto, o aquecimento global ou a típica depressão.

Logo a abrir o álbum, uma música instrumental que, em conjugação com a seguinte, formam facilmente a melhor abertura de qualquer álbum de Disturbed, já que ambas foram escritas como um todo e só depois foram separadas para o álbum. A forma como 'Remnants' cresce progressivamente para dar lugar a 'Asylum' é genial, lembrando algumas das bandas que os Disturbed dizem ter como influências. No resto do álbum, conclui-se que é uma boa continuação e sem dúvida melhor que o anterior, 'Indestructible'. Quem gostava desta banda de Chicago até este álbum, tem aqui mais um para gostar. Quem não gostava, não espere grandes milagres.

Track List:

1. Remnants
2. Asylum
3. The Infection
4. Warrior
5. Another Way to Die
6. Never Again
7. The Animal
8. Crucified
9. Serpentine
10. My Child
11. Sacrifice
12. Innocence
13. I Still Haven't Found What I'm Looking For (U2 Cover)

Escolhas ETS: Remnants + Asylum; The Infection; Another Way To Die
Para fãs de: Godsmack; Drowning Pool; SOiL

http://www.disturbed1.com/
http://www.myspace.com/disturbed